A "bromélia" ou "Real Balsemão"





O controverso “real Balsemão” ou “bromélia”

Muito já rendeu o tema da Bromélia. Há os relatos de manu própria do sr. P. P. Balsemão, gravador gaúcho, relatando como a moeda foi parar em suas mãos. Em vários fóruns a legitimidade da peça foi questionada e houve mesmo gente que perdeu tempo com discussões teóricas, pondo em xeque mesmo o status de moeda da peça. Balsemão, em seus relatos, classifica a peça como ensaio. Recorrendo a Frère (1984), podemos dizer que ensaios “são exemplares de uma moeda planejada, fabricados com a finalidade de testar o metal e os instrumentos […]. Seguem sempre a orientação estabelecida pela autoridade emissora” (1984:20).

Acredito que a forma em que encontra esse real, com data de 1997, indique um projeto. O anverso parece algo bem interessante e inovador, mas o uso da efígie da República criada em 1965 e presente no anverso de todas as moedas da 1ª série do segundo cruzeiro (1967-1979) me parece muito improvável. O resultado me parece uma peça de teste, um ensaio de materiais, híbrido, com um reverso possível — houve um concurso, ao que parece — com um anverso provisório.

Os relatos de Balsemão relatam ainda sua presença no XV Congresso da Sociedade Numismática Brasileira, na qual teria feito uma comunicação.

Nossos catálogos mais famosos — Amato, Bentes e mesmo o Krause — têm seções de ensaios. O fato de a peça Balsemão ser única não é empecilho; a peça de ensaio de 200 réis de 1848 (prata) é assinalada pelo Amato (E077b) como única. Mesmo a polêmica Cruz de Cristo, ou seja, a moeda de 1 cruzado novo de 1990, que não entrou em circulação por mudança no nome do padrão, consta do Bentes e do Amato.

Também consultei o Banco Central, que repassou a demanda à Casa da Moeda. Esta instituição me mandou a seguinte resposta:

Prezado senhor
Em atenção a sua demanda, registrada sob protocolo e-SIC 99916.000007/2015-61, temos a esclarecer: A Casa da Moeda informou que cunhou peças contendo a imagem de uma bromélia em um dos lados, a título de teste de materiais e processos, para a fabricação da moeda de R$ 1 da Segunda Família de moedas.

Para concluir, acredito que o fato de a peça ter ido parar na mão de um gravador não é motivo para desconfiança ou simples desqualificação da própria peça. A existência de uma moeda e a declaração da CMB de ter cunhado a tal peça são dois terços da questão resolvida.

O mais interessante é que, se confirmada a versão do gravador Balsemão, trata-se de uma peça que, se tivesse sido destruída conforme os protocolos (?), ela jamais teria vindo à luz. É uma falha que trouxe uma peça até então desconhecida.

As lendas urbanas da numismática falam até mesmo de uma série similar, com plantas, mas a única de que se conhece a imagem é a de um real.





Fonte: https://colecaosfm.wordpress.com/2015/06/13/a-bromelia-ou-real-balsemao/

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