
Quando temos em mãos moedas de cobre (e muitas de prata, também) do período Colonial entre 1768 e 1805, podemos observar diferenças no desenho da coroa portuguesa entre as várias moedas de mesmo valor, inclusive, de mesmo ano.
Isso nos leva a comprovar a existência de diferentes cunhos desenvolvidos a partir de uma mesma Casa da Moeda, no caso, a Casa da Moeda de Lisboa. Há referência que cita essas diferenças decorrentes de rivalidade entre abridores ou equipes de abridores de cunho. Kurt Prober até faz referência a quatro gravadores que conviveram no mesmo ofício e que, por motivos de rivalidades entre si, criavam trabalhos diferentes para identificarem e diferenciarem sua arte.
Os abridores de cunho, eram em suas épocas, verdadeiros artistas e cada um tem sua visão e gosto próprio da estética da arte criada por eles, portanto, criando suas próprias versões ao invés de copiar exatamente o desenho de um cunho provavelmente já desenvolvido.
Enio Garletti, da Sociedade Numismática Paranaense, classifica as diferenças das coroas em três divisões: coroas baixas, coroas médias e coroas altas. Adotamos a classificação mais simplista de Cláudio Amato: somente coroas baixas e altas que vem de encontro com a definição similar de Kurt Prober: coroas pequenas e coroas grandes.
Coroa Baixa (ou Pequena)
Coroa baixa (ou Pequena)
A parte superior das pérolas dos primeiro e quarto arcos fica quase escondida pelas pérolas dos segundo e terceiro arcos, configurando uma figura mais baixa para a coroa.

Exemplos de coroas baixas:

Coroa Alta (ou Grande)
A parte superior das pérolas dos primeiro e quarto arcos fica bastante visível, formando com as pérolas dos segundo e terceiro arcos uma figura semelhante a uma máscara.

Exemplos de coroas altas:

Fonte: Boletim SNP - Enio Garletti,
Livro das Moedas do Brasil - Amato, Neves e Russo,
Catálogo das Moedas Brasileiras - Kurt Prober.
Site: moedas Brasil








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